No último dia 8/3, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-2) sediou seminário em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, professores e economistas debateram temas como igualdade de gênero, combate ao assédio sexual e a situação de mulheres que ocupam cargos de liderança no Brasil e, especificamente, no Judiciário. As palestras, realizadas no Fórum Ruy Barbosa (Barra Funda, São Paulo-SP), tiveram como público magistradas(os) e servidoras(es) do Regional e ainda participantes externos.
A primeira a falar foi a professora Claudia Patrícia de Luna Silva, que trouxe o tema “O papel da mulher jurista e a paridade de gênero na advocacia e nos tribunais”. Especialista e pesquisadora em gênero, violências e relações étnico raciais, a palestrante relembrou a origem do 8 de março e como ele se tornou símbolo da luta feminina.
Ela explicou que tudo começou com mulheres operárias do início do século 19 buscando melhores condições de trabalho. Por isso, “temos hoje que comemorar, mas sobretudo celebrar este dia pelas conquistas e avanços das mulheres no mercado de trabalho. E também avaliar todos os retrocessos que experimentamos e pensar em dimensões de futuro”, pontuou.
De acordo com ela, historicamente, culturalmente e socialmente, o lugar de poder não foi construído e planejado para ser ocupado por mulheres. E, “por estarmos ainda imersos nesse contexto, é preciso analisar como é importante quebrar essas regras e ir além das questões de gênero, refletindo e trazendo questões de raça também”.
Em seguida, a professora Fabiana Cristina Severi abordou “O papel do Judiciário no combate a assédios e violências contra trabalhadoras mães”. O ciclo de palestras foi encerrado por economistas: Claudia Emiko Yoshinaga e Gustavo Andrey de Almeida Lopes Fernandes apresentaram pesquisa que mostrou fatores que impedem as mulheres de ocupar cargos de liderança.
Claudia conta que, em trabalho científico, com coleta de dados entre mulheres que ocupam cargos de diretoras e conselheiras, foi observado que a discriminação e a desiguldade de gênero estão entre as principais causas da pouca representatividade feminina nos cargos de gestão. “Há ainda a cultura que privilegia o espaço masculino e as limitações feitas pelas escolhas das próprias mulheres devido à sobrecarga de trabalho, principalmente, fora do ambiente laboral”, pontuou a economista.