Em 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data foi instituída pela Lei 11.133/2005 com o objetivo de conscientizar a população sobre os direitos dessas pessoas e sobre a importância da criação de políticas que promovam a inclusão desse público nas mais diversas esferas da vida em sociedade.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região encampa essa luta em muitas frentes, promovendo diversas ações para que as pessoas com deficiência que utilizam os serviços do TRT-2, ou que nele trabalham, possam ter suas necessidades atendidas e sua diversidade respeitada. Entre essas iniciativas, estão a disponibilização de intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em audiências, eventos de conscientização sobre os vários temas relativos às deficiências, disponibilização de tecnologias assistivas, como leitores de tela e lupas, entre outras medidas.
E, para celebrar este Dia de Luta, três magistradas com deficiência que fazem parte deste regional contam algumas das suas batalhas, conquistas e esperanças. Confira:
“O ser humano é único. No conjunto imenso da sociedade, cada um tem sua forma, sua inteligência, seus hábitos e seus gostos. Diversidade é a palavra fundamental que nos define. É nesse quadro que se inserem as pessoas com deficiência. Elas, como todos os seres humanos, são diversas e cada qual convive com suas dificuldades. Serem tratadas dignamente e com isonomia depende de que se garanta a adequada superação das dificuldades.
Não há deficiência boa, nem pequena, nem leve, para a pessoa com deficiência. Existem até deficiências invisíveis. Todas geram empecilhos. Pessoas diversas, dificuldades diferentes.
Neste dia de luta da pessoa com deficiência, é importante lembrar que ninguém é melhor do que o outro, e que ninguém é igual ao outro, para que essa consciência nos ajude a inserir as pessoas com deficiência de modo pleno no convívio social e profissional. Inserir, não tolerar. Aliás, numa casa de justiça, isso nem deveria ser lembrado, porque está no DNA do Judiciário atribuir a cada um o que é seu.
Juízes, servidores, empregados terceirizados e usuários dos serviços da Justiça merecem tratamento atento e livre de preconceitos. O início de tudo é estar atento, ouvir e enxergar o próximo, para adotar a melhor atitude.”
(Eliane Aparecida da Silva Pedroso, magistrada da 2ª Vara do Trabalho de Santana de Parnaíba e pessoa no espectro autista.)
“Como alguém que não escuta direito pode fazer audiências…?”, na hora, estremeci. Entre a vergonha e o medo, percebi que era hora de assumir minha condição… E depois de uma luta interna, encontrei forças para me posicionar e fazer valer o dia de hoje… o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência!
Nesse caminho escuro, encontrei luz e reflexo nos servidores e magistrados do Setor de Acessibilidade do TRT-2 – tribunal ao qual pertenço, verdadeiramente. E sim, continuo fazendo audiências com a ajuda de múltiplos recursos!
Portanto, é possível incluir com pertencimento!”
(Glenda Regine Machado, magistrada da 8ª Vara do Trabalho da Zona Sul de São Paulo e pessoa com deficiência auditiva.)
“Recebi com carinho o convite para participar da celebração deste dia Nacional da Luta da Pessoa com deficiência.
É com imenso prazer que me alio às minhas queridas colegas Eliane e Glenda para celebrar a luta. O dia celebra a luta pela diversidade, mas não é só! Para uma pessoa deficiente física como eu, é um reencontro com os preconceitos, capacitismo e — por que não dizer — alguns traumas também.
No entanto, nesta data, prefiro estar junto com minhas colegas para, em comunhão, saudarmos a esperança de uma sociedade diversa, menos capacitista e com um olhar mais empático para as pessoas deficientes.”
(Renata Bonfiglio, magistrada da 12ª Vara do Trabalho de São Paulo e pessoa com deficiência física.)